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Sexta-feira, 25 de outubro de 2002

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Teses_Monologos
SEUS CUZOES -- 31/08/2001 - 20:43 (Jose Pedro Antunes)
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=Eu nao tenho condicoes nem vontade de dizer o que quer que seja sobre mim ou, mesmo, sobre meu futuro, e, por meio deste, pela ultima vez vos conclamo a tomar conhecimento deste fato, seus cuzoes.=

[=Ich bin nicht in der Lage noch willens irgendetwas ueber mich oder gar meine Zukunft zu sagen, und ich fordere euch hiermit zum letzten Mal auf, diese Tatsache zur Kenntniss zu nehmen, ihr Arschloecher.=]

Entre nos, Peter Handke e mais conhecido como parceiro cinematografico de Wim Wenders: =O medo do goleiro diante do penalti= [Die Angst des Tormanns beim Elfmeter], =Movimento Errado= [Falsche Bewegung] e =Asas do Desejo= [Der Himmel ueber Berlin].

Pouca gente sabe que o proprio Handke filmou duas de suas narrativas: =A mulher canhota= [Die linkshaendige Frau] e =A ausencia= [Die Abwesenheit].

De Handke, eu traduzi para a Editora Brasiliense, no auge do boom translaticio (1986/87): =O medo do goleiro diante do penalti= e =Bem-Aventurada Infelicidade= [Wunschloses Unglueck], as duas narrativas enfeixadas num so volume.

E preciso dizer que, para nos, Handke foi trazido sem respeito a cronologia de sua obra, com os titulos sendo lancados a esmo, e sem qualquer parametro critico. Apenas mais um pos-moderno, poderia dizer um resenhista apressado.

So nao podiam faltar, nas edicoes brasileiras dos autores alemaes traduzidos, referencias ao nazismo, aos horrores da guerra, ao holocausto e etc. Se possivel, uma suastica na capa.

Os escritores de orelhas e contracapas, quase nunca sabem o que fazem. Por pouco, a contracapa de =O medo do goleiro diante do penalti= nao me sai com um Handke alemao e lutando ferozmente contra o nazismo e os horrores da guerra. Consegui, a tempo, alertar o escritor de contracapa (ele inclusive alardeava ter larga experiencia nesse quesito): Handke e austriaco e nunca fez do nazismo ou dos horrores da guerra o seu assunto. Apenas acusava os autores do pos-guerra, os pais da patria, os campeoes da causa alema - e isso lhes rendeu dois Nobel - de combaterem o nazismo, os horrores da guerra e etc. com a mesma linguagem que os havia produzido.

Handke foi menino prodigio. Suas pecas-faladas foram exitos incontestaveis. Sua importancia para a geracao de 68 esta longe de poder ser devidamente equacionada.

Entre nos, pouca gente sabe que Handke foi um dos maiores nomes do teatro alemao do ultimo quartel do seculo XX.

=Insulto ao Publico= [Publikumsbeschimpfung] ficou cinco anos em cartaz num teatro em Frankfurt. Handke proibiu sua encenacao, por considerar que o efeito da peca estava superado. E talvez para evitar o pior, sua agatachristiezacao. So voltou a libera-la nos anos 90.

Vi =Insulto ao Publico=, na encenacao de um grupo amador de Porto Alegre, em 1973. Foi no Teatro Sao Pedro, em Sao Paulo, com o apoio do Instituto Goethe. Eu nao sabia quem era Handke. E o Brasil ja passava a receber um escandalo europeu daqueles anos revolucionarios, sem saber que ele era isso. Considerem que uma peca como essa ter chegado tao rapidamente ao pais, e um feito que fala em favor de seu autor.

Vi =Insulto ao Publico= mais duas vezes, na Berlim pos-queda-do-muro, em 1993, nas encenacoes, diametralmente opostas, de um grupo alemao e de um outro, polones.

No Brasil, um artigo comemorativo dos trinta anos de Handke, publicado na internet por Celeste Aida Galeao (tese sobre =Die Hornissen=, USP, inicio dos anos 70), ignora as minhas traducoes de =O medo do goleiro diante do penalti= e de =Bem-Aventurada Infelicidade=. A autora ficou livre de ter de levar em conta a minha releitura de Handke, para o Brasil, no posfacio que, a muito custo, consegui incluir na edicao da Brasiliense: =O mundo e velho, nao e verdade, Sr. Loser?=

Quinze anos depois, e esse o texto mais completo e critico ja escrito sobre Peter Handke. A ele, enquanto eu me preparo para novas e necessarias investidas.

Sobre =O medo do goleiro diante do penalti=, sobre esse titulo que ja era o titulo do filme que o Instituto Goethe fazia circular pelos bolsoes cult da nossa intelectualidade, alguns gostariam que ele fosse diferente. Gostaria de brinda-los com um excesso: =A paura do guarda-metas no instante em que se vai bater o tiro de onze jardas=.

Handke ficou sendo, para nos, um autor de narrativas meio esquisitas. Nos, os tradutores, poderiamos ser culpabilizados por isso, em varios sentidos. Uma vez, na Brasiliense, alguem lamentava ser Handke ilegivel para brasileiros. Alguem sugeriu ser demasiado Europa Central para o nosso paladar tropicaliente. Quem sabe ainda me refaca, em futuro proximo, do arrevezamento estilistico que me foi atribuido, na epoca do lancamento. E com razao. Mas apenas em parte. Ainda volto ao tema.

Pouca gente sabe que Handke escreveu poemas em prosa, contos curtos, ensaios que ainda continuam atuais. Que contribui com a radiodifusao austriaca, antes de se tornar a celebridade Peter Handke. Que peitou o Grupo 47, que, optando pelo realismo, relatou os horrores da guerra e ajudou a prolongar os =horrores do pos-guerra=, para usar a expressao feliz de Hubert Fichte. A instituicao literaria gostou. A Academia Sueca nao se fez de rogada. Heinrich Boell foi laureado em 1972. Guenther Grass, em 1999.

So em 1993, estando em Berlim, pude compreender a razao pela qual, subitamente, tanto Wenders como Handke passaram a ser malvistos, personas non gratas para a inteligencia brasileira. Haviam pecado contra a midia internacional a servico da globalizacao. Haviam desafiado, mais uma vez, o stablishment. Tudo como nos velhos tempos. Ou, se quiserem, como no velho oeste. A midia divide o mundo em bandidos e mocinhos. A nova intelectualidade francesa saliva fartamente. E a periferia engole e balanca o rabico. Ter denunciado, durante a Guerra da Bosnia, a =demonizacao dos servios=, pode ter custado a Peter Handke a perda da propria paciencia. O menino prodigio dos anos 60, que nao perdoava a burrice da esquerda universitaria, fez por nao merecer o lugar que lhe caberia na historia da literatura alema do pos-guerra e das guerras localizadas que passaram a proliferar pelo mundo. A frase que encabeca este artigo e Handke em seu estado mais caracteristico: indignacao pura.

Enquanto isso, um bando de cuzoes continua a fazer sermoes pios contra os horrores da guerra, contra o nazismo e contra o genocidio, e a dormir (serenos?) sobre todos os horrores que pairam sobre uma cultura administrada em seus minimos escaninhos.

E preciso rever, com urgencia, a historia da literatura alema, senhores germanistas pelo mundo afora. Urge reler Peter Handke, para nao nos esquecermos de que a indignacao e hoje artigo em falta, e tera de ser reconquistada.

Em =Insulto ao Publico=, Handke dava o seu grito de liberdade, propondo, aos fanaticos por conteudos, a consciencia aguda e revolucionaria de que a linguagem e sobretudo jogo, que nao se deve ficar boiando a esmo, a superficie das palavras e das frases. Handke propoe um mergulho em profundidade. Contra a crenca no realismo da representacao, usava a imagem do passaro que bica uma natureza-morta. Em =Insulto ao Publico=, quatro atores conversam longamente com o publico sobre tudo o que diz respeito a instituicao do teatro, declarando ser a plateia o acontecimento da noite: =Voces sao impagaveis.= Nessa conversa com o publico, perpassam todas as grandes teorias do teatro. Isso toma dois tercos do texto, quando uma frase introduz a sessao de xingamento: =Mas, antes disso, voces serao insultados. Porque insultar e tambem uma maneira de nos comunicarmos.=

Como diz Celeste Aida Galeao, em seu desinformado artigo na internet, Handke e o autor do pos-guerra que mais traducoes mereceu no Brasil. Mas, com ela e como ela, o publico brasileiro ficou sem saber quem e mesmo esse tal de Peter Handke.

Handke continua atual. Um dia sera preciso dizer isso com bastante firmeza. Por enquanto, os adeptos do realismo ainda podem prosseguir em seu sono de mais de um seculo. Mas a realidade jamais os perdoara por terem-na reduzido a um unico modelo de interpretacao: o modelo realista.

Qualquer semelhanca com o =pensamento unico= destes nossos tempos globalizantes, nao e, nunca foi apenas uma coincidencia. Quiseram que assim fosse. Ate quando?

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Curriculo do Autor Exibido 194 vezes Fale com o autor





Alberto Guzik - Jornal da Tarde - 25.06.2000

A temporada teatral de 2.000 mal esta chegando ao meio, mas ja tem um espetaculo que tera de ser incluido em todas as listagens de melhores do ano. Silencio e o nome da montagem, dirigida por Beth Lopes a partir de um texto de Peter Handke. O autor austriaco, o mesmo de =O Pupilo Quer Ser Tutor=, criou em =Silencio= (Auto-Acusacao) um poema dramatico, um monologo em que as raizes do ser, suas vontades, afirmacoes, desejos e realizacoes sao postos a nu, dissecados por um entrelacamento formidavel de verbos. A palavra e a escavadeira que Handke usa para atingir o amago do ser. E seu emprego de palavras e espantosamente preciso.

=Silencio= tem inicio por uma serie de afirmacoes, de atitudes positivas, para enveredar pouco a pouco para o aspecto sombrio do processo da vida. As realizacoes, as conquistas, as culminancias atingidas caminham passo a passo com os instintos destruidores, a perversidade latente, a possibilidade da irrupcao subita do animal que ha em cada um.

Beth Lopes e seus atores, Yedda Chaves e Matteo Bonfitto (responsavel tambem pela traducao da obra de Handke, em parceria com Alexandre Krug) transformaram =Silencio= em um dialogo, ou melhor, em um duelo entre um homem (Bonfitto) e uma mulher (Chaves) que se enfrentam em uma arena ritual na qual as palavras escapam dos livros para chegar as paredes.

Nao ha trama, no sentido comum da palavra, nao ha fabula. Handke nao conta historias, escapa da linearidade, leva o publico para o mundo da reflexao, da constatacao. No entanto, o espetaculo de Beth Lopes jamais deixa o terreno do real, ao qual se ancora com ferocidade. O embate dos atores, os dois otimos, por sinal, transforma-se na cena em uma luta pela sobrevivencia, pela preservacao de muros de personalidade que a condicao humana solapa na mesma proporcao da obsessao que o animal tem de erigi-los.

=Silencio= e um espetaculo obrigatorio que amplia a percepcao do espectador sobre si mesmo. Nao pretende ser um trabalho stanislavskiano ou brechtiano. Mas e as duas coisas ao mesmo tempo. Pois, a maneira de Stanislavski, leva os interpretes para um mergulho profundo na psicologia desse personagem sem nome, que e o homem contemporaneo. E, seguindo os canones de Brecht, a montagem coloca-se distante do objeto examinado para elaborar sobre ele uma analise critica de notavel acuidade. Quem acredita que filosofia nao e assunto passivel de ser levado ao palco, e porque nao viu =Silencio=.

Texto: Peter Handke com direcao de Beth Lopes.

Com Matteo Bonfitto e Yedda Chaves

Teatro FAAP - Rua Alagoas, 903 - (0XX11) 3662-1992 - Sao Paulo, SP - e-mail: teatro.diretoria@faap.br



Pesar as palavras



PARA mim, Gaspar e um anjo, diz
GASPAR de Peter Handke

Armazem do Ferro
Lucia Sigalho sobre a personagem de Peter Handke inspirada no caso do menino selvagem Kaspar Hauser, que, quando foi encontrado na floresta, nao sabia falar nem entendia o que lhe diziam. Sendo o tema do seu Gaspar, agora levado a cena pela companhia de teatro Sensurround, a perda da inocencia devido a aquisicao da linguagem (Kaspar nao tinha nomes para dar as coisas, pelo que nao as aprisionava), o que para o escritor austriaco comecara por ser uma interrogacao sobre o uso da palavra (da literatura) como delimitacao do imaginario humano, tratando- se de um texto teatral a questao que se levanta e: o que pode a palavra ao ser colocada em palco, o que representa ela, que mundos inventa? «Gaspar e uma peca sobre o poder que as palavras tem ou nao tem. Talvez sobre a violentacao da palavra. E um texto terrivel e lindo sobre como as palavras ja nao fazem sentido. Ha algo nele de muito arcaico, de muito profundo e duro ate», diz a encenadora e actriz.


Um cenario todo branco para Lucia Sigalho interpretar «Gaspar», de Peter Handke


O que o texto de Handke poe em
causa e o proprio teatro falado, visto embora de dentro. A palavra cria um universo ao qual pouco pode escapar, e assim e, tambem, o teatro. Apesar disso, uma brecha comeca a abrir-se e a deixar entrar o que ficou de fora. Comenta Lucia Sigalho: «Acho que vivemos num tempo em que as palavras continuam intactas, mas e como se assim nao fosse. As pessoas ficam surdas as palavras. Esta peca e sobre o mundo em que vivemos, mas tem qualquer coisa do outro que lhe foi anterior, de um mundo perdido em que o ser humano se integrava como qualquer animal ou qualquer arvore.» Talvez por isso, esta peca nao tenha historia: «O Handke avisa-o logo no prefacio. O publico deve ficar com a ideia de que esta a assistir a uma representacao. As situacoes tem um encadeamento temporal, mas cada pessoa acaba por construir a sua propria trama.» Dai que haja desdobramentos da personagem Gaspar, com vozes gravadas e imagens video conjugadas com a accao em palco. «Vejo o Gaspar como uma criatura de outra natureza. Por isso parece-me natural que ele apareca sem ser em carne e osso», justifica.

A dramaturgia do texto e tudo menos ortodoxa, nao estando contextualizada na obra do seu autor. O espectaculo e a resposta, apenas, a ligacao especial que tem com a peca de Handke, sendo de salientar que e a segunda vez que Sigalho pega num texto que nao e da sua propria autoria (a primeira foi Cena do Odio, de Almada Negreiros): «Quando enceno uma peca feita por outra pessoa parece que ha uma luta, e eu sinto que nao tenho hipoteses.» Alias, no inicio esteve para nao aceitar as indicacoes de Handke relativas ao espaco cenico, mas acabou por se render: «O Handke manda por muitas coisas em cena, uma bola, muletas, pregos, pedras, fosforos, caixas, lencos, embrulhos, uma moldura, tres cadeiras, uma mesa, uma lima de carpinteiro, talheres, rebucados, uma cadeira de baloico, uma cortina e um sofa. Uma complicacao, mas cumpri.»

O palco e apenas ocupado por Lucia Sigalho, acompanhada por imagens video projectadas; ao contrario do que poderia parecer, as novas tecnologias e o multimedia nao lhe interessam particularmente. «Gosto mais das velhas mecanicas do teatro», afirma, peremptoria, traduzindo por palavras o que faz sem elas. Em cena ate 15 de Abril.



A TARDE DE UM ESCRITOR / PETER HANDKE
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A TARDE DE UM ESCRITOR / PETER HANDKE (livro)
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ANGUSTIA DO GUARDA-REDES ANTES DO PENALTY (A) / PETER HANDKE
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ANGUSTIA DO GUARDA-REDES ANTES DO PENALTY (A) / PETER HANDKE (livro)
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CHINES DA DOR (O) / PETER HANDKE
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CHINES DA DOR (O) / PETER HANDKE (livro)
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ENSAIO SOBRE O DIA CONSEGUIDO / PETER HANDKE
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HORA DA SENSACAO VERDADEIRA (A) / PETER HANDKE
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os da pesquisa por = handke =


MULHER CANHOTA (A) / PETER HANDKE
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PARA UMA ABORDAGEM DA FADIGA / PETER HANDKE
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PARA UMA ABORDAGEM DA FADIGA / PETER HANDKE (livro)
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POEMA A DURACAO / PETER HANDKE
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POEMA A DURACAO / PETER HANDKE (livro)
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TARDE DE UM ESCRITOR (A) / PETER HANDKE
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UMA BREVE CARTA PARA UM LONGO ADEUS / PETER HANDKE
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TEUC E A =MULHER CANHOTA=

O TEUC (Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra) terminou as apresentacoes de mais um projecto, =A Mulher Canhota=, a partir de um texto homonimo de Peter Handke, e com encenacao de Rogerio de Carvalho. O tema da peca e a solidao inerente a epoca em que vivemos, lancando-nos para a incredulidade de uma relacao amorosa, de uma mulher que larga o marido, aparentemente sem justificacao visivel, passando a viver com o seu filho, e numa esfera de relacoes sociais algo distantes, algo dubiamente pr-oximas. =A solidao causa a dor mais gelada e mais horrivel que se pode imaginar: a dor da inconsistencia. Precisa-se entao de pessoas que nos provem que nem tudo esta estragado=, escreve P. Handke dando voz aquela mulher ja resoluta do abandono. E e exactamente essa instabilidade, essa incerteza que as pessoas vao questionando nas conversas com a mulher, quase projectando-se nela, como se as suas vidas sofressem da mesma dor. Porque, de facto, procura-se o amor, como no livro que a mulher comecou a traduzir, para sobreviver, que comeca: =No pais ideal: espero por um homem que me ame pelo que sou e pelo que virei a ser=, para mais tarde concluir: =a unica accao politica que eu entendo e o amor=, uma libertacao multipla, mas que na realidade esta sempre em tensao com o facto de cada qual estar mais debrucado naquilo que o outro deve e/ou deveria ser.



A Mulher Canhota

Em ultima instancia, adiando uma boa morte, ou melhor, adiando o amor.
Na contingencia de um Teatro de Bolso feito sauna, pirandelicamente, os actores desdobram-se como que se tratasse de um exercicio onde a personagem nao esta num actor; como que se propusesse, agora ao publico, que descubram as personagens nos diferentes actores, ao longo da extensa narrativa apresentada. Como um coro, todos vao narrando a historia, neutralmente, em cadencia, um a um, entre a luz e a sombra, entre a personagem e o actor. E se a proposta concede poder ao discurso, como se estivesse nele a exclusividade da comunicacao, por outro lado, corre-se o risco de nao se sensorializar as emocoes com um maior naturalismo das personagens na situacao de dialogo. Por vezes em perda, se o texto evoca a solidao, ja em cena deixaÐse de explorar esse conflito, inerente a situacao de contracena, a situacao de se estar com alguem, tao fulcral na historia de Handke. Ou talvez seja exigir demais. Ha, no entanto, um exercicio de actores louvavel, apesar da prestacao desnivelada de mulheres em relacao aos homens, um pouco mais minguados; A extensa duracao do exercicio proporciona o desenrolar de momentos menos bons, muito pelo desafio feito a capacidade dos espectadores. Ha no entanto uma proposta desafiadora para o processo de construcao de personagens, um trabalho de depuracao, talvez desta vez, levado a um extremo do excesso. Contudo, e bom ver o TEUC a experimentar.

itulo: A TARDE DE UM ESCRITOR


Tema: Literatura
Coleccao: Aura
Preco: EURO8,23
ISBN: 9722303341
Nº de Paginas: 88

Sinopse: Peter Handke pertence a uma jovem geracao de escritores e dramaturgos
alemaes que tem vindo a impor-se pela sua modernidade, a que nao e estranha a participacao em projectos cinematograficos. O autor ja e conhecido do publico por titulos como «Uma Breve Carta para Um Longo Adeus» e «A Mulher Canhota». A obra cuja traducao agora pomos ao dispor do publico e uma pequena obra-prima. Em «A Tarde de um Escritor» o grande tema e a solidao humana e, para alem dela, a dificil arte de existir no mundo. O autor/narrador revela-nos a sua secreta ligacao a vida, atraves da sucessao dos instantes que compoem o seu dia, que sao outras tantas imagens de um filme que nos fascina e nos faz entrar no universo da novela.

January 5, 2003

Viernes 28 de junio de 2002 CRITICANo hace falta hablarSe repuso con cambios en el elenco El Pupilo Quiere Ser Tutor, una obra de Peter Handke sobre las estrategias sutiles de la opresion. ASCETISMO. EN LASACTUACIONES DE CARLOS MORENO (EL PUPILO), Y LITO CRUZ, QUE REEMPLAZA A BIDONDE COMO EL TUTOR Palabras al margenSilencio e inmovilidad durante largossegundos instalan en la sala, desde el principio, una tension expectante. Los dos personajes de la pieza estan en escena. Cerca del proscenio, sentado al umbral de una puerta, un hombre palido y desarrapado mira con desconfianza. En la penumbra del fondo, otro hombre — panzon, cara colorada, ceno adusto, mirada vigilante— permanece de pie, sosteniendo un zapallo. El hombrecito palido no lo ve pero —parece— se sabe mirado. Saca del bolsillo una manzana con movimiento inseguro; la muerde. El ruido de los dientes desgarrando la pulpa jugosa rasga el silencio, tan inquietante para el personaje como para los espectadores. Alguien tose en la sala; otro hara crujir su butaca o estrujara imprudente un papelito de caramelo: cada vez, el hombrecito deja de masticar y mira con contenido sobresalto hacia el lugar de donde proviene el sonido. En todo parece esconderse una amenaza, y ese sentimiento se contagia a la platea. El clima se mantiene a lo largo de la hora que dura El pupilo quiere ser tutor, la obra de Peter Handke en la que su director, Lito Cruz, acaba de hacerse cargo del papel del tutor en reemplazo de Hector Bidonde, quien junto a Carlos Moreno como el pupilo integro el rubro original (1974) y el de la reposicion del ano pasado. Bidonde aportaba un perfil mas brutal; Cruz incorpora rasgos levemente siniestros. Ambos compusieron una imagen del poder a la vez arquetipica y reconociblemente humana. Una suerte de abstraccion a la que el autor doto de la apariencia de un tosco campesino que somete a un servidor timido y obscecuente.A lo largo del espectaculo, la relacion con el pupilo (un trabajo de denso, refinado, interior de Carlos Moreno) se va nutriendo de un crescendo de agresiones y humillaciones que no necesitan palabras. Ni siquiera hacen falta violencias fisicas demasiado explicitas. Amo y esclavo van enlazando sus propias contribuciones al irritante vinculo, hecho de gestos, miradas, posturas corporales, chasquidos minimos. Basta que el amo se corte las unas de los pies para que el pupilo se arrodille a juntar uno por uno los minusculos desechos. Por su parte, el amo ostenta la propiedad de los recursos de supervivencia. Trae el alimento (un zapallo), prepara ostentosamente su cafe, domina los saberes necesarios (escribe, lee el diario, maneja el artefacto mecanico para cortar lena).La falta de palabras se suma a una interpretacion despojada, que prescinde tanto de los recursos del mimo (lugar comun en el teatro del silencio) como de la sobreactuacion. Lo que queda, es un remanente esencial que sintetiza pero no simplifica el tema del sometimiento. Y denuncia la perversa sutileza con que ese vinculo se disfraza y se potencia.O.C.EL PUPILO QUIERE SER TUTORAutor: Peter HandkeTraduccion: Hedy CrillaElenco: Lito Cruz, Carlos MorenoEscenografia: Saulo BenaventeDireccion: Lito CruzSala: Andamio 90, Parana 660Muy bueno© Copyright 1996-102 Clari La Jornada Semanal,20 de octubre del 2002


Suplementos Editorial Portal do Assinante Caderno2 Cidades Economia Esportes Geral Internacional Nacional Sexta-feira, 25 de outubro de 2002 O exercicio radical de fazer teatro sem usar as palavras Peca de Peter Handke, que entra em cartaz, constroi-se com imagens de 300 personagens Divulgacao Cena ao ar livre: personagens mudos nas mais variadas atitudes MARICI SALOMAO Especial para o Estado Numa entrevista de 1969, o dramaturgo, novelista e roteirista austriaco Peter Handke disse que seu teatro se diferenciava do praticado ate entao, porque procurava tornar a plateia =conscia do mundo teatral e nao do mundo exterior ao teatro=. A metalinguagem serviu de sustentacao as suas ideias, que podem ser conferidas na montagem de A Hora em Que nao Sabiamos nada Uns dos Outros, peca de 1994 e inedita no Brasil. Com o apoio do Instituto Goethe, que cedeu o espaco e intermediou a obtencao dos direitos autorais para a Cia. Elevador de Teatro Panoramico, a peca - ja montada em Portugal, na Alemanha e Argentina -, entra em cartaz no jardim interno do Instituto Goethe. A direcao e de Marcelo Lazzaratto (Loucura e o infanto-juvenil A Ilha Desconhecida). Considerado por varios criticos como o mais importante dramaturgo universal depois de Beckett, Handke ficou mais conhecido no Brasil como roteirista, parceiro do diretor alemao de cinema Wim Wenders. Mas e certamente no teatro que esse autor exerce ate o paroxismo seu fascinio pela linguagem como base da realidade - =apontar para o mundo recorrendo as palavras= -, numa aproximacao direta ao pensamento do filosofo Ludwig Wittgenstein. Pecas como Insulto ao Publico (1966) e Silencio (Auto-Acusacao, fim dos anos 60) sao experimentacoes da linguagem falada. Nelas reside um apelo ao fim da ilusao e da empatia do espectador frente ao espetaculo teatral em prol de uma reflexao critica sobre a linguagem. A Hora e uma peca sem palavras, so de imagens. Trata-se de um primeiro e radical exercicio de antitese as suas pecas transbordantemente faladas. =Handke se desafiou mais uma vez, abriu mao do que mais dominava, as palavras, para testar sua capacidade de teatralidade=, diz o diretor Marcelo Lazzaratto. =Nessa peca ha uma busca pela existencia, nao pela representacao=, resume. Lazzaratto optou por inserir uma unica parte falada - o discurso de uma mulher no meio da praca -, em que se valeu de um trecho de Insulto ao Publico. Uma praca e tres centenas de personagens desfilam nas mais variadas atitudes. Sao seres mitologicos e contemporaneos, tipicos e arquetipicos, palhacos e profissionais liberais, estadistas e ladr es, beldades, velhos, criancas. Nada se sabe sobre eles; ao espectador apenas e dada a chance de conhecer o instante em que cada um atravessa a praca, que se mantem a mesma enquanto as epocas e as estacoes variam. Handke fala sobre esse texto que partiu de um proverbio do oraculo de Dodona (de Zeus), da cultura grega pre-homerica: =O que viu, nao revele; permaneca na imagem.= Essa insercao no estado de pre-fabulacao do ser humano, na instancia em que o campo da visao antecede o campo do enredar, do intelecto, foi o maior desafio criativo para o numeroso elenco do Elevador de Teatro Panoramico (15 atores), que veste cerca de 400 figurinos, num total de 300 personagens (uma media espantosa de 25 personagens para cada ator). A Hora em Que nao Sabiamos nada Uns dos Outros. De Peter Handke. Direcao Marcelo Lazzaratto. Duracao: 90 minutos. Espetaculo sem falas e ao ar livre. Sextas, as 22 horas; sabados, as 21 horas; domingos, as 19 horas. R$ 10,00. Instituto Goethe. Rua Lisboa, 974, tel. 3088-4288. Ate 1.º/12. Hoje, somente para convidados anterior =Dez= e 11, numeros do grande cinema proxima Quatro pecas ineditas em solo de Francarlos Reis


A Palavra e o hiato
Nascido na Austria em 1942, Peter Handke e um dos autores mais importantes e de maior sucesso da lingua alema da geracao do pos-guerra. Autor de romances, pecas teatrais e roteiros de cinema, teve seu primeiro romance publicado em 1966 pela editora alema Suhrkamp. Conquistou diversos premios de literatura, como o =Gerhard Hauptman=, em 1967, e o =Georg Buechner=, em 1973 – que devolveu em 1992 em sinal de protesto ao retornar de uma viagem ao territorio servio bombardeado, apos intervencao da OTAN na Iuguslavia. A obra de Handke percorre um longo caminho em que curvas e espirais forcam o olhar, induzem-no ao encontro do que esta a vista. Sua escrita parece ansiar cada vez mais por precisao, dobrando em angulos desconhecidos, nos quais persegue a realidade da consciencia, apura o sentido e a memoria da fantasia. Para Handke, o momento do verdadeiro sentimento, da crua sensacao, e o do contemplar e ser contemplado, cuja unidade se encontra entre lingua e objeto, entre vida e biografia, entre descricao e paisagem... Por uma grande coincidencia e ironia tipicamente =handkiana= e que vivi essa experiencia do entre ao traduzir justamente este texto de Handke no qual, pela primeira vez o meu trabalho nao resulta em palavras, mas em movimento e acao, pois em cena nenhuma palavra sera dita! (Christine Roehrig)

Peter Handke e, como ele proprio assume, =um tipico filho de sua epoca=. Segundo Otto Maria Carpeaux, =o mais importante representante da geracao de 68 na Alemanha=.
Seu primeiro exito aconteceu com a peca-falada Insulto ao Publico, cinco anos em cartaz num unico teatro em Frankfurt. Polemico, Handke criticou veementemente a opcao preferencial pelo modelo realista por parte da geracao de seus pais, ao mesmo tempo em que rechacava as opcoes esteticas da esquerda estudantil. Ele proprio jamais se apegou a qualquer modelo, tendo-se experimentado livremente em poemas, narrativas, ensaios, pecas de teatro, roteiros cinematograficos, romances, aforismas, traducoes.
Mesmo sendo o autor de lingua alema mais traduzido entre nos no ultimo quartel do seculo XX, Handke ficou mais conhecido como o parceiro de Wim Wenders em O Medo do Goleiro Diante do Penalti, Movimento Errado e Asas do Desejo. Das pecas-faladas dos anos 60, em que a palavra assumia o papel principal, ao eloqueente silencio de =A Hora Em Que Nao Sabiamos Nada Uns Dos Outros=, Handke tem sido um dos mais criativos e instigantes autores teatrais de sua geracao. (Ze Pedro Antunes)

A Companhia
Com dois anos de existencia, completados em julho deste ano, a Cia Elevador de Teatro Panoramico vem se firmando como nucleo permanente de investigacao em linguagem teatral apropriando-se dos mais diversos temas para dialogar diretamente com o homem contemporaneo, propondo a juncao da verticalidade da pesquisa com a horizontalidade de sua abrangencia junto ao publico. O texto A Hora Em Que Nao Sabiamos Nada Uns Dos Outros foi escolhido justamente por nos proporcionar aplicacao plena de nossas pesquisas, deixando-nos livres para criar atraves de todas as =entrelinhas= propostas pelo autor, dentro de um espetaculo que se caracteriza como uma tipica =obra aberta=, e que resulta numa montagem de abrangencia universal. A Cia e composta de 14 atores, formados pelo Teatro-Escola Celia Helena, que ja desenvolvem um trabalho juntos a mais de cinco anos e tem por diretor Marcelo Lazzaratto. Dentre os trabalhos ja realizados pela Cia - em teatros como Sergio Cardoso, TBC e Centro Cultural - destacam-se o monologo Loucura, com Gabriel Miziara, o espetaculo infanto-juvenil A Ilha Desconhecida, de Jose Saramago – que assistiu e considerou a peca =uma pequena maravilha= –, A Maratona Mundial de Danca, de Alexandre Mate, e Uma Peca Por Outra, de Jean Tardieu, todos dirigidos por Marcelo Lazzaratto.

Indice


Die Stunde da wir nichts voneinander wussten= von Peter Handke in der Berliner Schaubuehne, Regie Luc Bondy Mal Schnaufen, mal Raeuspern - aber kein Wort Peter Handke, der 1942 in Kaernten geborene, seit 1972 in Salzburg lebende Schriftsteller, hat die Sprache verloren. Bis auf ein ! Das ruft ein ansonsten muehselig stammelnder alter Herr, ein Verkuender, und loest allgemeine Froehlichkeit aus. Auch beim Premierenpublikum in der Berliner Schaubuehne, wo Luc Bondy das Schauspiel ie Stunde da wir nichts voneinander wussten= in Szene setzte, ein originelles Stueck, das Claus Peymann 1992 am Wiener Burgtheater urauffuehrte. Rund zwei Stunden bewegte sich das Ensemble stumm auf einer sonnigen Promenade, einem idyllischen Fleckchen Erde (zustaendig fuer die Buehne: Gilles Aillaud). Mal ein Schnaufen, mal ein Raeuspern, aber kein Wort. Immer wieder andere Figuren. Sie scheinen vom Autor aufgelesen beim Bummel ueber die Avenue des Champs-Elyses in Paris, ueber den Kurfuerstendamm in Berlin, die Ramblas in Barcelona, am Strand der Costa Daurada oder wo auch immer. Damit nicht genug. Gestalten der biblischen Geschichte geben sich die Ehre. Tarzan vom Werbefernsehen springt vom Seil. Ein Faun verspeist Gruenzeug. Individuen die Menge und Tiere auch geben sich ein phantastisches Stelldichein, hin- und herlaufend wie magische Marionetten eines Perpetuum mobile. Dabei gibt's immer wieder archetypische Situationen. Frau verfolgt Mann. Mann verfolgt Frau. Mann und Frau begegnen sich, mustern sich, gehen aneinander vorbei. Jemand wird geschlagen, jemand wird bestohlen. Oft ist ein kleines Missgeschick im Spiel. Eine junge Dame verliert Utensilien aus ihrem Koffer, hebt sie auf, verliert sie erneut, hebt sie auf, stuerzt hin, schimpft, lacht. Ein Kanalarbeiter steigt aus einem Gully, prueft mit Hilfe des Stadtplanes, wo er da eigentlich aufgetaucht ist. AEhnliche Mini- Sketche noch und noch. Auch tiefere Bedeutung: Ein Liebespaar mit vollem Einkaufswagen. Sie schwanger. Er sehr zaertlich. Langer Kuss. (Beider Baby wird spaeter den Stammelnden zu seinem a= stimulieren.) Sonst keine Liebe. Aber eine turbulente Hochzeit. Auch mal schnell eine wilde Kopulation. Feindseligkeiten. Zwei Bewaffnete schleifen einen Menschen quer. Aus einem Haus stuerzen Soldaten mit Maschinenpistolen, sichern nach allen Seiten. Ein ueberfallener Einheimischer quaelt sich blutend ueber die Gartenmauer. Und noch tiefere Bedeutung: Ein Plueschlaeufer wird ausgerollt. Sagen wir mal bis hin ins Ausserirdische. Am Rande bilden Individuen erwartungsvoll Spalier. Dumpfe, ferne Schlaege ertoenen. Alle schrecken auf. Irgendein Weltverhaengnis bricht herein. Wirbel. Jammer. Schreie. Glocken. Ehrfurcht. Verheissungsvolles Winken zweier Fabelgestalten. Sprachlosigkeit. Der Verkuender (Kurt Radeke) stammelt. Jetzt die Mutter mit dem Neugeborenen. Jetzt das schon zitierte Ja=. Freude. Doch erneut Wirren. Denn die eigentliche Botschaft: Es bleibt alles beim alten! Schwarzer Schnee faellt. Sturm und Grollen loesen eine Panik aus. Schliesslich erhellt sich die Szene. Und die Leut wandeln wie eh und je... Peter Handke, vor allem durch seine Sprechstuecke= bekannt als ein Literat, der mit Worten jongliert und dabei jeden einzelnen Begriff mehrmals wendet, hat mit diesem seinem letzten Werk eine beredte Geschichte ohne Worte vorgelegt. Er ist also nicht sprachlos. Freilich weiss er nur zu sagen, was eh bekannt ist. Und er benutzt das Theater gewissermassen als auslaufendes Modell. Luc Bondy zeichnete jede einzelne Gestalt liebevoll und mit ueberlegenem Humor. Der Abend ist eine virtuose, eine minutioese Leistung des Ensembles, der ganzen Truppe, einschliesslich der Schoepfer der Kostueme und der Masken. Neues Deutschland, 7. Januar 1994



Atelier 59




responsable de latelier :

Olivier Werner

du lundi 8 au vendredi 26 avril 2002

date limite dinscription : vendredi 22 mars 2002


Mets-toi pour ainsi dire en conge.

Ne neglige la voix daucun arbre, daucune eau. Entre ou tu as envie et accorde-toi le soleil.

Oublie ta famille, donne des forces aux inconnus, penche-toi sur les details, pars ou il n a personne, fous-toi du drame et du destin, dedaigne le malheur, apaise le conflit de ton rire.

Mets-toi dans tes couleurs, sois dans ton droit, et que le bruit des feuilles devienne doux.

Passe par les villages, je te suis.

Par les villages - Peter Handke



Dans les annees 70, Peter Handke (ne a Vienne en 1942) ecrit une serie de pieces radicales et provocatrices en totale rupture avec le theatre conventionnel (Outrage au public, Le pupille veut etre tuteur, La chevauchee sur le lac de Constance).

Ensuite, il se detourne de lecriture dramatique et ny revient quen 1982, avec une ouvre magnifique, Par les villages, ou le theatre se fait poeme dramatique.

Handke donne a des ouvriers dans un chantier de village le luxe daune parole poetique qui, sous la banalite, invente une autre facon de dire et de sentir. Parler, cest aussi avoir du mal a parler, cest etre oblige de reinventer la parole.

Pour cet Atelier 59, Olivier Werner a choisi Par les villages. Il travaillera sur =un jeu ou la confrontation de lacteur au texte ferait apparaitre ce qui nappartient ni a lun ni a autre. Une =rencontre=. Dans la couleur de la voix, dans la furtivite de la parole et le decalage des gestes comme autant de signes dabandon ou de resistance laisser voir cette alterite. Le lien quelle tisse entre les etres, quils soient personnages, acteurs ou spectateurs.=



Olivier Werner

Olivier Werner etudie a lENSATT. En 1989, il est admis a lEcole du TNS et au CNSAD. Mais Jean-Marie Villegier lui propose des roles au TNS ce qui lamene a renoncer aux deux ecoles.

Il travaille sous la direction de nombreux metteurs en scene, Lluis Pasqual, Christian Rist, Marc Zammit, Jean-Marie Villegier, Claudia Morin ; il est dirige par Jean-Marie Villegier dans Les Juives de Garnier, par Adel Hakim dans Quoi lAmour de Roland Fichet, par Philippe Poulain dans LAlbum de l¢oiseau qui parlait, par Adel Hakim dans La toison or, adaptation de Medee, en 2001.

Il cree sa compagnie professionnelle,  Anneau, en 1994 et met en scene Pelleas et Melisande de Maurice Maeterlinck en 1996, Les Revenants dIbsen en 1998, Les Perses dEschyle en 2000.

De 1997 a 1999, il fait partie de lInstitut Nomade de la mise en scene dirige par Josyane Horville (stages avec Claude Regy, Lev Dodine, au Theatre National de Strasbourg).

Il dirige de nombreux ateliers de formation pour comediens, notamment au Theatre de Lorient, a La Comedie de Reims et au Theatre de La Cite a Toulouse.



Handke se inspira en =El Quijote= y en una Espana irreal para su nueva novela



El escritor austriaco Peter Handke, uno de los autores mas provocadores en la escena literaria europea, acaba de publicar una nueva novela, ambientada en una Espana irreal, en la que, segun los criticos, toma como inspiracion elementos de =El Quijote= para arremeter de forma alegorica contra una sociedad alienada por los poderosos medios de comunicacion.



El relato, bajo el titulo de =Der Bildverlust oder Durch die Sierra de Gredos= (literalmente, =La perdida de la imagen o por la sierra de Gredos=), editado por Suhrkamp y de 760 paginas, cuenta la historia de una banquera y ex estrella de cine que pide a un escritor que redacte sus memorias. La mujer emprende un viaje de aventuras por un pais montanoso y en guerra -mas parecido a los Balcanes que a la Espana actual- que recorre en viejos autobuses y a pie. Despues de aterrizar en Valladolid, su periplo la lleva a lugares como Nuevo Bazar, Candeleda, Pedrada y Hondareda. Ademas de las historias superficiales de prensa rosa sobre la mujer, el memorialista intentara explicar como afronta esta su fracaso.



Las criticas aparecidas en la prensa alemana hablan de un libro de =dificil lectura=, lo que no es inhabitual en el creador austriaco. =Peter Handke se aleja aun mas de la gente -escribe ?Welt am Sonntag?-. Al igual que su banquera, el tambien esta de viaje en un mundo metafisico de la pura sensacion. El poeta escribe palabras en un cielo vacio, como si pudiera provocar la redencion.= Segun el =Frankfurter Allgemeine=, Handke =refleja la decadencia de la sociedad moderna en el simulacro de sus imagenes=. Por su caracter antirrealista, el diario asegura que se trata del =gran libro que se contrapone a la actual literatura= y lo califica como un =hibrido entre novela y manifiesto=.



El relato de Handke pretende llamar la atencion sobre una sociedad que el ve enferma porque es incapaz de tener una vision de si misma. Esa =perdida de la imagen= se compensa por unas imagenes creadas en los medios de comunicacion.



Articulo de EUSEBIO VAL publicado en La Vanguardia el 24/01/2002





Ecrivain de langue allemande, de reputation internationale



Ne 1942 a Griffen dans une famille de petits paysans autrichiens. Sa mere est d'origine slovene. Il n'a pas de pere connu. Sa mere se marie. C'est son beau-pere (un alcoolique qu'il deteste) qui lui donne un nom et quatre freres et surs. Son enfance est marquee par la guerre.



Il commence a ecrire a l'age de 16 ans. Lorsque la maison d'edition Suhrkamp accepte son premier roman Les Freulons (1965), il interrompt ses etudes de droit qu'il etait sur le point de terminer et menera des lors une existance d'ecrivain independant.



En 1966, instantanement, il devient celebre par le succes de sa piece de theatre Outrage au public et par le scandale qu'il provoque en attaquant les principes esthetiques du Groupe 47, un cercle d'ecrivains et de critiques qui, jusque-la, dominait incontestablement la litterature de langue allemande d'apres- guerre.


Le paradoxe de l'etonnant parcours de Handke au firmament litteraire reside en ceci que cet auteur a la celebrite internationale, qui avait fait en 1966 une entree provocante avec sa piece Outrage au public et le coup d'eclat de son discours agressif au congres du Groupe 47, alors la plus prestigieuse organisation d'ecrivains en Allemagne, ne semble plus aspirer aujourd'hui qu'a effacer sa reputation initiale en se gommant lui-meme de plus en plus dans ses textes, tout en n'ecrivant qu'au plus serre de son experience. Promptement accuse par ses adversaires, de ne chercher que sa propre publicite, Handke, tel un personnage des films de son ami Wim Wenders (dont il a ete plusieurs fois le scenariste, de Faux mouvement aux Ailes du desir), arpente a present les chemins de l'Europe ou se baigne dans ses fleuves, homme sans adresse, solitaire, a la recherche d'une verite essentielle, qui serait l'etre meme du langage dans l'immediatete de la sensation. (extrait d'un article de Michel Contat, Le Monde, 9 decembre 1988)



Il multiplie les ecrits, romans, pieces de theatre, essais et obtient presque tous les grands prix litteraires autrichiens et allemands. Il signe des scenario de films pour le realisateur Wim Wenders, lequel adapte plusieurs des romans d'Handke. Il a vecu a Salzbourg, a Duesseldorf, a Berlin. En 1991, il s'installe a Chaville, pres de Paris.



ÃÆ’ƒâ€šÃÆ’‚« C'est en des termes polemiques que l'ecrivain autrichien Peter Handke, d'origine slovene par sa mere, exprimait lui aussi son point de vue sur Mitteleuropa : =L'Europe centrale : c'est une notion qui n'a pour moi qu'un sens meteorologique. J'y ai bien pense pendant mes longues promenades dans les Alpes juliennes. Lorsque j'etais dans le sud des Alpes et que je regardais les nuages qui couronnaient les sommets, je songeai a l'Europe centrale comme a un pays sis de l'autre cote, ou tombait la pluie et ou sevissait le brouillard. Je me disais : tu vois, toi tu es du nord, et dans le karst le vent souffle, le soleil brille, il y a des pins et des figuiers... L'Europe centrale - terme que je n'emploierais jamais avec une connotation ideologique - c'est une chose qui est liee a des phenomenes de climat.= Handke reglait ainsi ses comptes, a sa maniere, avec tout ce qui l'avait contraint de quitter l'Autriche et d'emigrer a Paris. Predrag Matvejevitch l'article complet



La crise yougoslave lui font redecouvrir ses racines slaves. En 1991, il prend position contre l'independance de la Slovenie dont il est originaire. En 1996, il prend l'opinion publique occidentale a rebrousse-poils en soutenant sans reserve pour le peuple serbe. Il quitte l'Eglise catholique pour protester contre la position du Vatican dans le conflit.



Peter Handke, pro-serbe convaincu, accuse l'OTAN de perpetrer un =nouvel Auschwitz= en Yougoslavie. =L'OTAN est desormais parvenue a un nouvel Auschwitz=, a-t-il declare dans une interview au quotidien allemand Sueddeutsche Zeitung. =A l'epoque, il s'agissait de robinets de gaz et d'executions d'une balle dans la nuque, aujourd'hui, ce sont des computer-killer a 5000 metres d'altitude=, poursuit-il. La morale, a encore declare l'ecrivain et dramaturge, est =devenue dans cette guerre un autre mot pour designer l'arbitraire=. Peter Handke revendique haut et fort son enrolement dans la cause serbe. =Etre pro-serbe represente pour moi une distinction honorifique=, declare l'ecrivain (La Republique des lettres, 1999)



Parmi ses ouvres

Milos Soba (La Difference, 2001) : Un essais sur le peintre yougoslave.



Par une nuit obscure je sortis de ma maison tranquille (Gallimard, 2000) Le pharmacien de Taxham, faubourg de Salzbourg, raconte a l'ecrivain-narrateur l'etrange voyage qui l'a mene a l'improviste, a l'aventure, des mois durant, depuis l'Autriche jusqu'en Andalousie. Parti solitaire et muet, il en est revenu eveille et serein, apres un parcours apparemment arbitraire qui fut en somme initiatique. Jamais le grand ecrivain autrichien n'a sans doute mieux allie le romanesque a la poesie. A propos du livre





Preparatifs d'immortalite (L'Arche, 1998)



Mon annee dans la baie de Personne (Gallimard, 1997) Voyage interieur, somme de souvenirs et d'experiences du present, tentative de decrire le banal et le quotidien.



L'Heure ou nous ne savions rien l'un de l'autre (L'Arche, 1997) : Piece de theatre : Le personnage principal de cette piece est une place publique. Une place comme celle qui se trouve devant le Centre Commercial du Mail sur le plateau de Velizy, a laquelle Handke a dedie ce texte. Mais cela pourrait etre n'importe quelle place, et par consequent les individus qui la traversent sont des plus divers.



Les gens deraisonnables sont en voie de disparition (L'Arche 1997) : Piece de theatre dans laquelle le personnage principal prend tout a coup conscience qu'il joue quelque chose qui n'existe pas et que c'est ca la difference. C'est ca le desespoir .



Outrage au public et autres pieces parlees (L'Arche, 1997)



Encore une fois pour Thucydide (Bourgois, 1996) Impressions de voyage, scenes de la vie quotidienne : en Yougoslavie, au Japon, en France.



Un voyage hivernal vers le Danube, la Save, la Morava et la Drina (Gallimard, 1996)



L'Absence (Gallimard, 1993) Quatre personnages anonymes, une femme, un soldat, le joueur et le vieil homme, reunis par l'aventure de l'espace quotidien le decouvrent au fur et a mesure qu'il s'etend devant eux : le plus proche devient un paysage lointain, un terrain vague devient l'immensite, une etendue denudee le desert.



Essais sur la journee reussie (Gallimard, 1993) : Une journee peut etre vaste comme le monde, longue comme le temps meme, elle se dispose alors, a son rythme, selon sa propre = ligne de beaute et de grace = (). Mais la reussir c'est reinventer toute la poesie du monde et faire que l'histoire n'ait pas ete, comme au premier jour. Cette journee reussie toujours en suspens, on ne cesse de la voir en filigrane a travers toutes les autres.



Voyage au pays sonore, ou, L'art de la question (Gallimard, 1993)



Le vent et la mer (Bourgois, 1992) Recueil de pieces radiophoniques (des feuilletons) ecrites par l'auteur pour la radio allemande entre 1968 et 1970.



Espaces intermediaires (Bourgois, 1992) Entretiens en avril 1986, entre Peter Handke et un critique suisse, Herbert Gamper.



J'habite une tour d'ivoire (Bourgois, 1992) Recueil de textes et d'articles (reflexions, critiques, satires, pamphlets, etc.) publies entre 1965 et 1971. Essai sur la fatigue (Gallimard, 1991) Analyse de diverses formes de fatigue en relation avec l'insomnie, le couple, les amis et l'Autriche natale mal denazifiee de l'auteur. S'il est une fatigue qui creuse les etres, s'il est aussi une mauvaise fatigue oisive, celle des tueurs survivant de l'extermination, il en est une tout autre forme aussi qui tout au contraire les fait clairvoyants.



Gaspard (L'Arche, 1990)



Le recommencement (Gallimard, 1989)



La chevauchee sur le lac de Constance (L'Arche, 1989) : Piece en un acte pour cinq femmes et trois hommes. Un moment du quotidien ou des personnages, reunis dans une maison, parlent de tout et de rien.



Apres-midi d'un ecrivain (Gallimard, 1988)



L'histoire du crayon (Gallimard, 1987) : Notes ecrites entre 1976 et 1980, dans lesquelles vie quotidienne et creation litteraire se confondent.



Poeme a la duree (Gallimard, 1987)



Le chinois de la douleur (Gallimard, 1986)



La lecon de la Sainte-Victoire (Gallimard, 1985) : Seconde tranche d'une tetralogie entre Lent retour et Histoire d'enfant. Une reflexion a partir des toiles de Cezanne et de la montagne qu'elles representent, constituant un petit traite sur l'ecriture, la philosophie, la peinture.



Le pupille veut etre tuteur (L'Arche, 1985)



Histoire d'enfant (Gallimard, 1983 - 2001) : roman.



Langoisse du gardien de but au moment du penalty (Gallimard, 1982), roman.



Lent retour (Gallimard, 1982) : Premier volet d'une tetralogie. Le heros consentant et desempare est un geologue qui se rend en Alaska, puis retourne en Europe via San Francisco et New York.



Le Poids du monde (Gallimard, 1980).



La Femme gauchere (Gallimard, 1978 - 1980) : Sans raison , sous le coup d'une illumination qu'elle n'expliquera pas, la femme de ce recit demande a son mari de s'en aller, de la laisser seule avec son fils de huit ans. La voici, desormais, libre , bien que le mot, trop grand, trop precis, ne soit pas prononce, ni pense peut-etre. Avec la simplicite deroutante que nous lui connaissons, Peter Handke impose puissamment a l'enchainement des faits et gestes insignifiants de la vie quotidienne une dimension universelle et tragique.



L'heure de la sensation vraie (Gallimard, 1977) : Une errance parisienne, une peregrination-inventaire.



Le non-sens et le bonheur (Bourgois, 1975) Tentative poetique de ÃÆ’ƒâ€šÃÆ’‚« retrouver le langage des sentiments quotidiens ÃÆ’ƒâ€šÃÆ’‚».



Faux-Mouvement (Bourgois) : Script d'un film realise en 1974 par Wim Wenders : le voyage que Wilhelm Meister - il ne porte pas par hasard, le nom du personnage de Goethe - entreprend a travers l'Allemagne. Du Nord au Sud. Il voudrait devenir ecrivain.



Le colporteur (Gallimard, 1969) : Une sorte de roman policier dans le style du nouveau roman .



Les frelons (Gallimard, 1983) : Une chronique campagnarde. Die Hornissen (titre original).



Sur la Toile




La Chevauchee sur le lac de Constance

Gaspard

Les gens deraisonnables sont en voie de disparition

L'Heure ou nous ne savions rien l'un de l'autre

Outrage au public / Prediction / Introspection / Appel au secours

Preparatifs d'immortalite

Le pupille veut etre tuteur


La Chevauchee sur le lac de Constance

(Traduit de l'allemand par Marie-Louise Audiberti)

1974, 88 p. - ISBN 2-85181-185-1

Gaspard

(Traduit de l'allemand par Thierry Garrel et Vania Vilers)

1971, 112 p. - ISBN 2-85181-025-1

Representee pour la premiere fois en 1968 a Francfort-sur-le-Main, la piece

Gaspard, nous dit Peter Handke, =montre comment, en parlant, on peut amener quelqu'un a parler; elle pourrait aussi s'appeler Torture verbale=. Ne sur la scene et ne vivant que sur scene, Gaspard apprend peu a peu a faire l'experience du monde, par le biais d'accessoires et d'objets usuels qui ne signifient rien; des voix =off= lui inculquent les mots, lui dictent ses comportements et l'enferment dans leur cercle jusqu'a ce qu'il soit devenu =comme celui qu'un autre a ete un jour= avant lui.

Les gens deraisonnables sont en voie de disparition

(Traduit de l'allemand par Georges-Arthur Goldschmidt)

1978, 96 p. - ISBN 2-85181-057-X

9 E

Hermann Quitt est un personnage eminemment complexe. Il est

entrepreneur, mais des le debut de la piece il nous devoile un etat d'esprit qui nous deconcerte: il est triste. Est-ce la tristesse - ce sentiment profond de se trouver dans une situation sans issue - qui amenera cet homme brillant a ouvrir une bataille sans merci contre ses concurrents? Cette tristesse est-elle la source de ce dedain complet vis-a-vis d'un representant des petits porteurs qui fait irruption dans le monde de Quitt et de ses confreres? Ou son comportement resulte-t-il d'un desir insatiable propre a ceux qui aiment s'exposer au risque? La piece ne nous livre pas une analyse psychologique, elle nous surprend par un feu d'artifice d'observations, d'idees, de reflexions qui non seulement se referent au monde des rivalites economiques mais aussi recapitulent toute la condition humaine.

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L'Heure ou nous ne savions rien l'un de l'autre

(Traduit de l'allemand par Bruno Bayen)

1993, 96 p. - ISBN 2-85181-322-6

11,90 E

En 1969, Peter Handke ecrivait Le Pupille veut etre tuteur. Une piece

sans parole faisant depuis partie du repertoire. Plus de vingt ans apres, l'auteur renoue avec cette forme. Le =personnage= principal de cette piece est une place publique. Une place comme celle qui se trouve devant le Centre Commercial du Mail sur le plateau de Velizy, a laquelle Handke a dedie ce texte. Mais cela pourrait etre n'importe quelle place, et par consequent les individus qui la traversent sont des plus divers: un equipage d'avion au complet avec ses bagages, un patineur a roulettes, une femme d'affaires moderne qui etudie son dossier en marchant, un telephone portable a la main, ou un groupe de bucherons, des haches et des scies sur l'epaule. Des cris d'alouettes, le bruit d'un avion ou une sirene de brume accompagnent la vie de cette place, sereine ou bruyante, venteuse ou calme, pendant cette heure ou tout le monde apparait sur la scene du theatre du monde, qu'il soit grand ou petit. Toutefois, est-il encore possible de rassembler les differents elements, de leur trouver une coherence? Cela ne peut etre devoile ici; l'epigraphe, tiree de l'oracle de Dodone, nous avertit: =Ce que tu as vu, ne le trahis pas, reste dans l'image.=



Outrage au public / Prediction / Introspection / Appel au secours

(Traduit de l'allemand par Jean Sigrid)

1968, 104 p. - ISBN 2-85181-080-4

8,99 E



=Les pieces =parlees= sont des representations theatrales non imagees en ce

sens qu'elles ne donnent aucune image du monde. Elles montrent le monde non sous la forme d'images, mais plutot sous la forme de mots; les mots des pieces =parlees= ne representent pas le monde comme une chose qui serait en dehors des mots mais plutot comme le monde dans le contexte des mots eux-memes. Les mots qui forment les pieces =parlees= n'offrent pas une image du monde, mais seulement une notion du monde. Les pieces =parlees= sont theatrales en ce qu'elles puisent tout naturellement dans le langage reel. Elles se servent uniquement de formes qui, meme dans la realite, sont l'expression de notre nature, c'est-a-dire qu'elles empruntent aux formes de langage purement orales. Les pieces =parlees= usent donc du langage naturel de l'insulte, de l'introspection, de l'aveu, de l'affirmation, de l'interrogation, de la justification, de la dissimulation, de la prediction, du cri de detresse. Elles appellent la presence d'un interlocuteur, d'une personne au moins, qui ecoute. Sans quoi, elles ne seraient pas des expressions spontanees, mais seulement des elucubrations d'auteur. En cela, les pieces = parlees = sont du theatre. Elles parodient sur le ton ironique tout ce que l'on trouve dans les formes de langage que je viens d'enumerer.=




Preparatifs d'immortalite

(Traduit de l'allemand par Bruno Bayen)

1998, 128 p. - ISBN 2-85181-410-9

11,90 E



Le theatre: une sorte d'enclave sous un ciel limpide. Elle est deserte. Se

detache un grand-pere presque nu, entoure de deux femmes sur le point d'accoucher.

=Vengeance! Vengeance? Justice!= sont les trois premiers mots prononces par le grand-pere. L'ere lumineuse d'un horizon ferme, l'etendue paisible d'une enclave, la tranquillite d'un petit peuple sont revolues. La guerre s'infiltre, des freres meurent pour des armees etrangeres et des femmes mettent au monde des enfants dont on ne connaaisaitt guere les peres. L'espoir, par qui et par quoi pourrait-il surgir? Pablo et Felipe, bien qu'encore dans le ventre de leurs meres, sont destines a rendre a leur peuple son histoire et sa justice, et par la epargner le declin a leur enclave. Tandis que Pablo est appele a devenir roi, Felipe essaie de recrire l'histoire. Ses efforts, ses ecrits restent vains, il n'arrive pas a vaincre l'absence de tout sens historique. C'est seulement lorsque Pablo revient du vaste monde, que l'espoir s'installe. Pourtant la =Section des Pourchasseurs d'espace=, cette bande d'inconnus, se fait de plus en plus menacante.



Le pupille veut etre tuteur

(Traduit de l'allemand par Philippe Adrien et Heinz Schwarzinger)

1985, 64 p. - ISBN 2-85181-053-7


Aufatmen und schauen

Zum Widerschein des Kinos in Prosatexten Peter Handkes


Von Thomas Aigner

Josef Bloch, die Hauptfigur der Erzaehlung Die Angst des Tormanns beim Elfmeter, hat keine Heimstatt. Wenn er sich herumtreibt, ist es zugleich ein Umherirren. Die Aussenwelt bedraengt ihn. Er erlebt in ihr Anfaelle von Sinnlosigkeit. Menschen und Dinge kann er nur argwoehnisch betrachten. Sich verziehen, verkriechen, aber wohin? Da oeffnet sich ihm eine Geheimtuer: Im Kino drinnen atmete er auf. Josef Bloch kommt, fuer einen Augenblick, zur Ruhe. Der Kinosaal erscheint als eine Huelle, die den Druck der Aussenwelt abhaelt. Es entsteht eine kreatuerliche Gestimmtheit, Geborgenheit. Und damit der Atem freier geht, der Blick sich weitet, lehnt sich Josef Bloch zurueck. Der Entwurzelte, Ausgeschlossene faengt an, auf der Leinwand Einzelheiten zu unterscheiden Ein aufmerksames Hinschauen, zu dem dieser von Angst geplagte Mensch sonst nicht faehig ist, wird moeglich. Man bekommt das Gefuehl, wenigstens im Kino sei dieser Zerrissene aufgehoben, sei er zumindest weniger zerrissen.



DAS VERLOCKENDE LICHT DES KINOS

Auch wenn man nicht erfaehrt, welche Filme Bloch sich anschaut (es gibt nur Hinweise, zum Beispiel auf einen Western), wird deutlich, dass er nicht einfach zur Zerstreuung oder Entlastung ins Kino geht. Es ist eine Sehnsucht spuerbar, die mit dem Kino als Schauplatz von seltsamen Begebenheiten, ungewoehnlichen Erfahrungen und Empfindungen, vor und auf der Leinwand, zusammenhaengt. Das Kino ist ein Bereich, von dem ein verlockendes Licht ausgeht. Licht des Vorraums mit den Wartenden und der Kassiererin, die hellen Schaukaesten, die leuchtende Leinwand. Bloch kann, indem er sich den Bildern und Eindruecken hingibt, von sich und seiner Bedruecktheit absehen.



Dieser Spielraum, in dem man sich dem rein Aktuellen entziehen, eine andere Form von Gegenwart finden kann, wird an einer Stelle aber auch anders erfahren, naemlich als regelhaftes, konventionelles System: Wenn man in einem Film das Radio einschaltete, wurde die Sendung sofort unterbrochen, und ein Steckbrief wurde durchgegeben.Auch im Kino also die Spinnweben der Gewohnheit. Was man aber nur erkennen kann, wenn man ein fleissiger (und wacher) Kinogaenger ist. Peter Handke ist nicht die Kunstfigur Josef Bloch, der arbeitslos geworden zu sein meint, durch die Strassen streunt und sich viel in Kinos aufhaelt, doch die Erzaehlung ist durchwoben von dem, was der Autor gesehen, gehoert, gespuert, erlebt hat. Das im Alltag oder auch in Filmen Wahrgenommene behauptet im Gedichteten sein Recht.


In einem Aufsatz ueber Landkinos und Heimatfilme (das Verachtete oder auch nur Unbeachtete achten als eine der moralischen Haltungen dieses Schriftstellers - oder manchmal umgekehrt: das Geachtete verachten) hat er ein paar Vorgaenge notiert, die ihm im Film Das suendige Dorf aufgefallen sind, und in der Erzaehlung kommt eine Bekannte, bei der Josef Bloch Unterkunft gefunden hat, auf eben diesen Film zu sprechen: Die Paechterin erzaehlte von einem Film, in dem Schuhnaegel in den Kuchenteig verruehrt worden seien. Wie ueberhaupt ein Film manchmal einfach deshalb erwaehnt wird, weil darin eine wunderliche Begebenheit, eine absurd erscheinende Situation vorkommen. Beklemmung, Beunruhigung, Fremdsein beherrschen diese Erzaehlung ueber den Monteur und ehemaligen Tormann. Besaenftigung findet er - und mit ihm der Leser, die Leserin - nur im Kino: Bloch wurde ruhig.

Auch der Ich-Erzaehler des Kurzen Briefs zum langen Abschied, auf Entdeckungsreise durch ein wie eine Traumwelt erlebtes, erzaehltes Amerika, sieht Filme, beschreibt Kinoerfahrungen. Aber aufatmen kann er erst draussen vor dem Kino. Er bekommt vom angestrengten Hinschauen Atemschmerzen, Atemnot. Die Filme erscheinen ihm als Einengung, als dummer Zwang, und er kann so keine Distanz zu sich selber (Handke) gewinnen. Die Filme sind nicht atemberaubend, sondern berauben des Atems, der zum befreiten Schauen gehoert. Das Kino offenbart sich hier als das schlechte Allgemeine, das keinen Widerschein aufbewahrt, kein Licht aussendet, das nur noch schal ist, nur noch repraesentiert, den Warencharakter als Kainszeichen auf der Stirn (Adorno). Die Sehnsucht erstirbt, geht in Sucht ueber. Mein Kinogehen, das eine Sucht geworden ist: nach fast jedem Film Lethargie und Hoffnungslosigkeit . . . und doch werde ich tags darauf schon wieder unruhig, wenn meine Kinozeit naht. So heisst es einmal in Gewicht der Welt

Doch unverhofft gehoeren Atmen und Schauen wieder zusammen, erblickt der Ich-Erzaehler eine andere Welt, die er sich zugleich als eine zukuenftige eigene vorstellt. Beim Sehen von John Fords Young Mr. Lincoln. Er spuert in dieser Stunde der wahren Empfindung auch die Zuschauer um ihn anders atmen und aufleben. Peter Handke beschreibt ueber zwei Seiten Szenen aus diesem Film, getreu der einmal in einem Aufsatz zitierten Aussage eines Kritikers, nach der man die schoensten Filme nur beschreiben koenne. Und noch einmal der Atem: . . . und ich musste natuerlich wieder tief Atem holen, um nicht zu weinen. Sich nicht verhaerten, sich beruehren lassen, an den raetselhaft klaren Bildern und wunderbaren Gesten wachsen . . . Am Schluss (den Handke selbst als maerchenhaften bezeichnet hat) besuchen der Erzaehler und Judith, seine Frau, den Regisseur John Ford in seinem Haus bei Los Angeles. Hier werden dieser Mann und diese Frau wieder, was sie in ihrer Zwietracht, mit ihren Rachegefuehlen nicht mehr sein konnten: Menschenkinder, die dem erfahrenen Hollywood- Regisseur unbekuemmert Fragen stellen duerfen, auf die dieser mit unangestrengtem Ernst antwortet. (Die Schilderung selbst ist hier von heiterem Ernst getragen.) Ford sagt im Verlauf des Gespraechs, in seinen Filmen sei alles lebenswahr, alles wirklich passiert. Und als er Judith fragt, ob an ihrer und ihres Mannes Geschichte alles wahr sei, antwortet sie: Ja, das ist alles passiert. Sartre hat einmal geschrieben, man muesse waehlen: leben oder erzaehlen. Das ist ziemlich emphatisch und klingt gar drohend. Was tun John Ford und Peter Handke? Vom Leben erzaehlend das Leben verdichten.



NATURSCHOENES, KUNSTSCHOENES

In Langsame Heimkehr ist die Leuchtschrift des Kinos erloschen. Der Autor richtet in seinem Naturerforschungsdrang das Augenmerk auf die Lichtspiele der Natur, die Stimmungen, Faerbungen der Landschaft, die Beschaffenheit des Gesteins, des Erdreichs. Erloschen, und dennoch fuer einen Augenblick einen Schimmer, den einer Naturerscheinung, auffangend. Ganz am Ende des Buchs - Sorger, der Naturforscher, reist im Flugzeug zurueck nach Europa - heisst es: Die leere Filmleinwand, eben noch vom Sonnenaufgang schimmernd, verdunkelte sich. Es ist dieser sanfte Glanz, der Natur und Kultur nicht als Identisches, aber hier als Verwandtes erscheinen laesst. Leuchten, Glaenzen, Schimmern: Natur- und zugleich Kinophaenomene. Lichtbilder des Kinos, Lichtzeichen der Natur, aufscheinend, aufleuchtend, aufflammend.

In Die Wiederholung ist es dann das Gesicht eines Maedchens, auf das der Schimmer der Kinoleinwand faellt: Wonne, dann in dem wechselnden Licht eines Kinos neben sich das schimmernde Profil zu sehen, den Mund, die Wange, das Auge. Gegenwart des Kinos, Gegenwart der Natur, im selben Buch in einem Atemzug beruehrt: . . . trat aus dem Kino von Komen hinaus in eine Mondnacht, heller und lautloser als die Mojave- Wueste, durch die sich gerade noch Richard Widmark gekaempft hatte. Das Schreiben (das Scharren deines Geraets) verbindet, vergegenwaertigt, bewahrt die Dinge, verbindet Gegenwart mit Gegenwart. Die Graeser zittern. In einem Film zittern die Graeser. Naturschoenes, Kunstschoenes, fast ununterscheidbar.

Copyright Neue Zuercher Zeitung AG



La Cuisine - Die Kueche
von Peter Handke und Mladen Materic

Es spielen Damien Bernard, Paul Chiributa, Thierry Dussout, Hugo Lehmann, Loreen Farnier, Emmanuelle Hiron, Cathy Pollini, Haris Resic, Sodateth San, Tihomir Vujicic, Josiane Wilson

Im Zentrum dieses choreographischen Theaters steht eine grosse altmodische Kueche mit Kohleofen, mechanischer Kaffeemuehle und gusseisernem Herd irgendwo in Zentraleuropa.

In der Kueche schlaegt das Herz eines Hauses. Sie ist sein sozialer und emotionaler Brennpunkt: Hier wird nicht nur gekocht und gegessen, gewuerzt und geschmeckt, sondern auch geliebt und gestritten. Hier trifft sich alles und jeder. Am Kuechentisch versucht man, morgens in den Tag zu finden oder abends zur Ruhe zu kommen. Man verlaesst sie, um zur Arbeit, zur Schule zu gehen, zu Zeiten auch um in den Krieg zu ziehen.

Die Schauspieler und Taenzer in Materics Traumtheater agieren fast ohne Worte. Aus Peter Handkes elliptischen Episoden entwickelt Mladen Materic einen temporeichen und poetischen Bilderbogen ueber die Kuechen-Geschichte Europas im 20. Jahrhundert. Die Worte und Gesten der Darsteller, die Blicke und Bewegungen verschmelzen zu einem melancholischen Theater der Koerper und Bilder, das die Szenarios, Kommentare und Anmerkungen Peter Handkes in das gedankliche Zentrum der Auffuehrung rueckt.

Mladen Materic, Serbe aus Sarajewo musste 1992 seine Heimatstadt mit seinem dort gegruendeten Theater Tattoo verlassen. In Toulouse fanden er und seine Compagnie am Theatre Garonne eine neue Heimat. Materics magisches Bildertheater wird seitdem auf zahlreichen internationalen Gastspielreisen als Ereignis gefeiert.

Schoene Versoehnung


 

Jaen, 2003
19:54 MEZ Kinder, wie das Leid vergeht!
Fruehe Stuecke von Handke und Bernhard in Bochum und Berlin
Von Bernhard Doppler


Berlin - Wie Geburts- und Sterbedaten sind die beiden Jahreszahlen 1973 und 2002 am linken und rechten Buehnenrand eingeblendet: das Datum der Entstehungszeit von Peter Handkes Die Unvernuenftigen sterben aus - und das abgelaufene Jahr. Im Bochumer Schauspielhaus, wo es in der Inszenierung von Juergen Kruse neu entdeckt wurde, muss man in der Pause seinen Sitzplatz wechseln, von links nach rechts oder umgekehrt, um selbst herauszufinden, welche Perspektive man zu waehlen gedenkt.

Hinter der aus Klubsesseln und Sitzwuerfeln bestehenden Buehnenwohnlandschaft von Wilfried Minks eine knallrote Skyline mit geknickten Tuermen: ein Friedhof der Wolkenkratzer, ein behutsamer Verweis auf den 11. September. Die Aktualitaet stellt sich fuer Kruse in der Suche nach einem vergangenen Lebensgefuehl ein.

Wenn auch zwischen den Sofas auf der Buehne unuebersehbar die 33 Baende der Marx-und Engels-Gesamtausgaben aufgestellt sind, die politische Debatte der 70er-Jahre hat Handkes Stueck ueber Quitt, den Kapitalisten als Kuenstler und traurigen Menschenfeind, nicht bedient. Im Gegenteil, auch wenn vieles nebenbei Realitaet geworden ist: Unwoerter wie =Unternehmenskultur= und =Ich-AG=, der Verrat der Kartelle, und natuerlich die Bedeutungslosigkeit der Kleinaktionaere.

Ihren Sog entfaltet die ewig lange Bochumer Auffuehrung als Konzert nostalgischer Erinnerungen: Die Unvernuenftigen sterben aus ist ein artistisches, bisweilen ausuferndes Clown-Spiel. Hans und Quitt im Mittelpunkt gleichen Pozzo und Lucky in Warten auf Godot, oder auch Brechts Puntila und dessen Widerpart, dem Knecht Matti, wobei der brillante Komiker Johann von Buelow in Michael Altmann als Quitt ein Gegenueber hat, das mit Delikatesse die oft umstaendlichen, =stotternden= Sprachbilder Handkes zu servieren versteht.

Auch fuer den anderen oesterreichischen Klassiker des vorigen Jahrhunderts, fuer Thomas Bernhard, waren die 70er-Jahre der Beginn seiner Theaterkarriere. Claus Peymann, der 1970 in Hamburg Ein Fest fuer Boris uraufgefuehrt und von da an die Interpretation von Bernhard nahezu monopolhaft innehatte, zeigt nun Bernhards Buehnenerstling am Berliner Ensemble, das er zu einem Museum seiner Verdienste um das deutsche Theater umgebaut hat; Peymanns uralte Modellinszenierungen des Theatermachers oder von Vor dem Ruhestand sind nun hier nach vielen Stationen angekommen.

Ein Fest fuer Boris hat Peymann allerdings nicht selbst aufgefrischt, sondern seinem langjaehrigen Mitstreiter Achim Freyer anvertraut. Unterhalten fuehlt sich der Zuschauer bei dieser Auffuehrung erst nach der Pause, wenn die stilisierte Brecht-Gardine aufgeht und er Freyers meist in rosarotem Pastell gehaltenes Arrangement der dreizehn beinlosen Krueppel, die die =Gute= (Swetlana Schoenfeld) zum Fest fuer Boris eingeladen hat, bestaunen kann.

Die zwei vorgeschalteten =Vorspiele zum Fest= ermueden hingegen schnell, zumal Feyer konsequent jede theatralische Rhetorik, jede Psychologie und auch die gut gemeinte 70er-Jahre-Kritik an der Gesellschaft und ihren Wohltaetigkeitsaktionen, die der juengere Bernhard auch mitliefert, getilgt hat.

Zu besichtigen ist in Berlin Ein Fest fuer Boris als kunsthistorisches Ausstellungsstueck: Die verspaeteten oesterreichischen Anstrengungen um Anschluss an die europaeische Moderne werden sichtbar.
(DER STANDARD, Printausgabe, 3.1.2003)





Dramaturgia Alema em Cena:
=A Hora Em Que Nao Sabiamos Nada Uns Dos Outros=, de Peter Handke

Montagem da Cia. Elevador de Teatro Panoramico,
direcao de Marcelo Lazzaratto

Estreia: Sabado, 26 de outubro, 21h
Ate 1º de dezembro
Sexta as 22h, sabado as 21h, domingo as 19h
90 minutos. 14 anos

Instituto Goethe
Rua Lisboa, 974 - Pinheiros - Tel. 3088-4288
Ingressos: R$ 10 (Meia entrada para estudantes,
aposentados e membros da classe)
A bilheteria abre 1 hora antes das apresentacoes
Tel. 9401-1858

Direcao Marcelo Lazzaratto | Traducao Cristine Roehrig
Elenco Anna Paula Basile, Carolina Fabri, Claudia do Nascimento,
Felipe Lopes, Fernando Fechio, Gabriel Miziara, Juliana Paie,
Juliana Pinho, Maira Chasseraux, Marina Vieira, Milena Costa, Pedro Haddad,
Pedro Henrique Moutinho, Tathiana Bott e Thiago Fidanza
Sonoplastia e Musica Original Fernando Mastrocolla
Figurinos e Aderecos Maite Chasseraux e Patricia Prates
Cenografia Ulisses Cohn | Iluminacao Marcelo Lazzaratto

O titulo da peca e quase uma legenda que poderia ser utilizada a cada momento do espetaculo. O espectador e colocado como observador de uma praca, em um lugar qualquer, em qualquer epoca, onde passam mais de 300 pessoas diferentes, indo e vindo, com ou sem rumo. Apenas o que se sabe de cada um dos que aparecem e um pequeno momento de sua vida: o exato momento que passam pela praca. Peter Handke, que sempre utilizou as palavras como instrumento de comunicacao em suas pecas, tenta pela primeira vez expressar uma ideia, um conceito, sem necessitar colocar palavras nos ouvidos dos espectadores. Para isso ele utiliza como inspiracao a frase do Oraculo de Dodona: =Nao revele o que viu, permaneca na imagem=. Essa ausencia de palavras faz com que os atores e a direcao se desdobrem para alcancar humanidade, existencia e sentimento em cada uma das silenciosas pessoas que cruza uma praca, cenario deste espetaculo. Cada um dos 15 atores constroi em media 25 personagens, 25 mundos, 25 objetivos diferentes.

A vida, nada mais que a vida
Como falar da responsabilidade de montar um espetaculo que traz em sua epigrafe o dizer do Oraculo de Dodona, tambem conhecido como o Oraculo de Zeus: =nao revele o que viu, permaneca na imagem=? Da responsabilidade em criar um teatro essencialmente visual, sem a oralidade das palavras, contando tao somente com as palavras que a cena gera no pensamento do espectador? Descobrir na cena o ritmo da Vida, ritmo que se estabelece em qualquer lugar, ha qualquer momento, em qualquer cidade que possua uma praca pela qual as pessoas passam indiferentes as outras, cheias de palavras em seus pensamentos sobre suas vidas, seus quereres, regidas pelo acaso?
Como formular o acaso? Como conceber o acaso?
Em nenhum outro momento deparei com a ideia da Criacao de maneira tao contundente como nesse espetaculo. A necessaria =naturalidade= de execucao que os atores deviam descobrir em suas acoes, o ritmo =natural= do eterno ir e vir de pessoas transitando por esse mundo, a ideia de construcao, de livre associacao que foi oferecida a raca humana atraves da consciencia, aos poucos, foram dimensionando em mim, o regente?, a certeza de que criar nada mais e do que optar. Mas a opcao nao aniquila o acaso? Gracas a estrutura do texto de Peter Handke, seus desvios, suas sugestoes, sua opcao pela nao opcao que se desnuda atraves de um olhar testemunhal, apresentando os fatos como eles sao, sem maquia-los, para depois entregar-se ao devaneio e associar livremente as coisas pelas quais o Homem foi erguendo sua civilizacao, relativizando o Tempo e o Espaco, pudemos decifrar o fio tenue existente entre vida e a arte, entre acaso e criacao artistica.
=A hora em que nao sabiamos nada uns dos outros= fala da vida, de como a vida e, sem juizo de valor e da natural tendencia que o ser humano tem em criar, simbolizar, enredar e ficcionalizar.
=A hora em que nao sabiamos nada uns dos outros= e um libelo em favor da metafora. (Marcelo Lazzaratto)

O Autor


Peter Handkes +Publikumsbeschimpfung+ am Berliner Ensemble

+nicht abendfuellend+

von Thilo Bock

=Theaterstuecke haben einen zeitlich begrenzten Nutzen, wie Regenschirme oder Zahnbuersten, wenn sie ausgedient haben, gehoeren sie in die Muelltonne.= So Peter Handke vor einigen Jahren. Und betrachtet man die Sprechstuecke, mit denen er populaer geworden ist, moechte man ihm sofort zustimmen: Sie haben zwar mal provoziert, aber die Zeiten haben sich eben veraendert. Wegschmeissen muss man sie nun nicht gleich, aber wegstellen, dem literaturhistorischen Regal anvertrauen sollte man sie schon.
Trotzdem wird Handkes Debuetstueck, die =Publikumsbeschimpfung=, wieder gespielt. Am Berliner Ensemble, als eins der ersten in der neuen AEra Peymann. Der Intendant knuepft damit an den Beginn seiner Kariere an, schliesslich hatte er die Urauffuehrung der =Publikumsbeschimpfung= 1966 am Frankfurter Theater am Turm auf die Buehne gebracht. Damals war es das Theaterereignis des Jahres.

Diesmal stammt die Inszenierung von Philip Tiedemann, aber sie erinnert an die von Peymann. Bei dem endete das Stueck wie ein Popkonzert, jetzt beginnt es schon wie eins. Doch zunaechst verliest eine Lautsprecherstimme die Regieanweisungen, mit denen Handke das Theater ad absurdum fuehren wollte. Es sollte ein feierlicher Rahmen entstehen, der dann durch ein handlungsloses Stueck, das auf einer undekorierten Buehne von vier unkostuemierten =Sprechern= nicht gespielt, sondern lediglich artikuliert wurde, wieder zerstoert werden sollte.
Zwar hielt sich bereits die Urauffuehrung nicht voellig an Handkes Intentionen, Peymann setzte das antitheatralische Libretto mit zumindest minimalistischen theatralischen Effekten in Szene, indem er Sprechrhythmen, nonverbale Ausdrucksmoeglichkeiten, Wechselreden und Wiederholungen benutzte, um neben dem Text eine Art Theateraktion zu liefern. Das von Handke angestrebte Vakuum wurde also mit Virtuositaet gefuellt. So verwundert es auch nicht, dass der Autor nicht wirklich zufrieden mit der Inszenierung war.

Dessen ungeachtet geht auch im Jahr 2000 der Vorhang auf und gibt den Blick frei auf die schwarzen Buehnenmauern des Berliner Ensembles. Die einzige Dekoration besteht aus unzaehligen zerknuellten Zetteln, die den Boden bedecken. Vielleicht steht auf ihnen der Text. Wenn es nach Handke ginge, muesste er nur noch zusammengefegt werden. Aber nein, eine Windmaschine wirbelt die Blaetter lediglich etwas umher, dazu gibt+s Trockeneis. Zu einer stampfendem Musik fahren Scheinwerferleisten auf und ab. Schliesslich werden die vier in graue Anzuege gehuellten Sprecher mitsamt Mikrophonstativen von unten auf die Buehnen gefahren. Das Popkonzert kann beginnen. Koennte beginnen. AEhnlich wie beim Pop interessiert der Text des Stueckes kaum, man hoert ihm irgendwann einfach nicht mehr zu. Zwar ist er scheinbar an das Publikum adressiert, aber das laesst sich durch den Vorwurf der Passivitaet laengst nicht mehr provozieren. 1966 bestiegen einige Zuschauer daraufhin die Buehne, was dem Stueck auch nicht half, weil die Schauspieler nicht aus ihren Rollen fallen konnten, die sie vorgeblich gar nicht spielten.

Handke liess die =Publikumsbeschimpfung= 1969 fuer weitere Auffuehrungen sperren. Vielleicht hielt er sein Experiment fuer gescheitert, vielleicht gefiel ihm aber auch der Weg nicht, den sein Stueck ging. Eine wirkliche Provokation konnte es nach unzaehligen Auffuehrungen nicht mehr sein, es war vielmehr zum kalkulierten Jux, zum kollektiven Spass verkommen.
Den nimmt Tiedemann gern in Kauf, er veranstaltet Zirkus im Berliner Ensemble. Ihm gelingt es sogar, dem trockenen Text etwas Spass abzugewinnen, indem er die Sprecher einige Passagen simultan in verschiedene Sprachen uebersetzen und gleichzeitig pantomimisch und mit Grimassen darstellen laesst. Die Clownsnummer also.
Artistik wird auch geboten. Zum Schluss werden die Schauspieler per Drahtseil an die Decke gehievt, einer schaukelt sogar direkt ueber dem Publikum, so dass doch noch so etwas wie Spannung entstehen kann: hoffentlich verliert er keinen Schuh. Dadurch achtet man kaum noch auf die eigentlichen Beschimpfungstriaden. Dann entschweben die jetzt gruen beleuchteten Herren begleitet vom einsetzenden Applaus gen Buehnenhimmel.

Nach eineinviertel Stunden wird das Publikum entlassen, das nicht wirklich beschimpft, sondern nur mit allerlei Phrasen bombardiert wurde. Es sei =nicht abendfuellend=, haben ihm die Sprecher vorgeworfen. 1966 duerften die konservativeren Theaterbesucher durchaus empoert gewesen sein, wenn auch nicht wegen der Beschimpfungen, die waren schon damals stilisiert. 34 Jahre spaeter herrscht eher Gleichgueltigkeit. Sicher, Uwe Preuss, Boris Jacoby, Dirk Nocker und Steffen Schroeder haben aus Handkes Wortpartitur noch einiges herausgeholt, aber genausogut haette Tiedemann das Telefonbuch inszenieren koennen, weil das als Pamphlet gegen das Theater gedachte Stueck uninteressant geworden ist. So kann man die =Publikumsbeschimpfung= nur denen empfehlen, die keine Handlung sehen wollen und sich bereits um neun Uhr in einem gastronomischen Betrieb dem gemuetlichen Teil eines Theaterabends zuwenden wollen. Die Sprache allein ist eben =nicht abendfuellend=.

Die +Publikumsbeschimpfung+ am Berliner Ensemble


Batsheva Dance Company

Gallaabning: Det israelske dansekompagni Batsheva Dance Company abner Arhus Festuge 2001.



Den internationale presse har forl ¦ ngst overgivet sig, og det samme har det store publikum, der verden over har taget imod det israelske dansekompagni, Batsheva Dance Company, der abner Arhus Festuge 2001.

Nyt¦nkende, storslaede, smukke og kraftfulde er nogle af de pr¦dikater, pressen har fundet frem, nar de har skullet beskrive ops¦tningerne af kompagniet, der, lige siden Ohad Naharin tradte til som gruppens kunstneriske leder og koreograf i 1990, har sat helt nye standarder for kvalitet og originalitet i danseverdenen. Det er i s¦rlig grad i kraft af ham, at kompagniet nu rangerer blandt de bedste dansekompagnier i verden.

Kompagniet er sammensat af internationale kr¦fter og har spillet pa alle kontinenter og n¦sten alle store festivaler i verden med enorm succes. I Israel er Batsheva Dance Company afholdt af et stort og hengivent publikum, der sp¦nder lige fra de helt unge, der betragter kompagniets forestillinger som kultbegivenheder, og til det mere modne publikum, der fokuserer pa andre ting, men i lige sa hoj grad har taget ops¦tningerne til sig.

Det nye v¦rk +Virus of Ohad Naharin+ er baseret pa den ostrigske manuskriptforfatter Peter Handke+s =Offending the Audience=. Stykket, der blev opfort pa studenterscenerne over hele Europa i slutningen af 60+erne som en provokation, blev for nylig genopdaget af Ohad Naharin. Det er i mindre grad forn¦rmelsen af publikum, end det er opfordringen til eftert¦nksomhed og en eksakt beskrivelse af de krav, der stilles i dag til teater og dans, der giver stykket en ganske s¦rlig aktualitet.

Musikken er af den unge israelske cellist og komponist, Karni Postel, og en arabisk musikgruppe fra Israel.

Abningen af Arhus Festuge overv¦res af Hendes Majest¦t Dronning Margrethe II og Hans Kongelige Hojhed Prinsen. Abningstalen holdes af Hendes Majest¦t Dronningen og velkomsttalen af borgmester Flemming Knudsen.

Musikhuset Aarhus danner rammen for Europapremieren, der fremfores af 16 professionelle dansere fra hele verden, hvoraf en oven i kobet oprindeligt kommer fra Arhus. Selvsamme danser, Jesper Thirup Hansen, der har v¦ret danser i Batsheva Dance Company de seneste tre ar, star selv for opl¦sningen under forestillingen.

Forestillingen vises i Danmark kun i Arhus og det er bl.a. takket v¦re den tidligere israelske ambassador i Danmark Yitzhak Eldan.

Det er muligt at se en lille video fra en af deres forestillinger pa Arhus Festuges hjemmeside, hvis man klikker pa det lille ikon med en filmrulle (Det foruds¦tter dog, at computeren har det rigtige software installeret).

Resume:

Gallaabning: Batsheva Dance Company
Virus of Ohad Naharin
Europapremiere
Sted: Musikhuset Aarhus, Store Sal
Tidspunkter: Fredag d. 31/8 kl. 19.30 og lordag d. 1/9 kl. 20.00
Arrangor: Arhus Festuge
Pris: Fredag: 240,- 215,- 195,- For grupper min. 10 pers.: Sporg efter rabatter.
(For medlemmer af DIF: Se den udsendte meddelelse




Presseinformation
zum Gastspiel der Freien Waldorfschule =An der Mauer= Berlin-Mitte mit
Peter Handke
=Die Stunde, da wir nichts voneinander wussten=
Ein Theaterstueck ohne Worte !
In 17 Szenen begegnen sich Traumgestalten, Normalitaeten, Klangliches und Historisches. Nur ein ur-theatralisches Medium fehlt : Die Sprache.
In welcher Weise dieses Vorhaben in ein sehenswertes Erlebnis umgewandelt wurde, kann an vier Abenden im Theater in der Kirche ueberprueft werden...
Klassenspiel der 12.Klasse der Freien Waldorfschule Mitte
Leitung : Thomas Runge
Premiere : Samstag, 8.Juli 2000, um 2000 Uhr
weitere Vorstellungen : 10. , 13. und 17. Juli 2000 um 2000 Uhr




Estreia amanha a primeira montagem nacional de =A Hora Em Que Nao Sabiamos Nada Uns Dos Outros=, em que 15 atores interpretam 300 personagens mudos que nao ficam em cena mais de 15 segundos cada um


Die Stunde da wir nichts voneinander wussten= von Peter Handke in der Berliner Schaubuehne, Regie Luc Bondy

Mal Schnaufen, mal Raeuspern - aber kein Wort



Peter Handke, der 1942 in Kaernten geborene, seit 1972 in Salzburg lebende Schriftsteller, hat die Sprache verloren. Bis auf ein „Ja=! Das ruft ein ansonsten muehselig stammelnder alter Herr, ein Verkuender, und loest allgemeine Froehlichkeit aus. Auch beim Premierenpublikum in der Berliner Schaubuehne, wo Luc Bondy das Schauspiel „Die Stunde da wir nichts voneinander wussten= in Szene setzte, ein originelles Stueck, das Claus Peymann 1992 am Wiener Burgtheater urauffuehrte.

Rund zwei Stunden bewegte sich das Ensemble stumm auf einer sonnigen Promenade, einem idyllischen Fleckchen Erde (zustaendig fuer die Buehne: Gilles Aillaud). Mal ein Schnaufen, mal ein Raeuspern, aber kein Wort. Immer wieder andere Figuren. Sie scheinen vom Autor aufgelesen beim Bummel ueber die Avenue des Champs-Elyses in Paris, ueber den Kurfuerstendamm in Berlin, die Ramblas in Barcelona, am Strand der Costa Daurada oder wo auch immer. Damit nicht genug. Gestalten der biblischen Geschichte geben sich die Ehre. Tarzan vom Werbefernsehen springt vom Seil. Ein Faun verspeist Gruenzeug. Individuen die Menge und Tiere auch geben sich ein phantastisches Stelldichein, hin- und herlaufend wie magische Marionetten eines Perpetuum mobile.

Dabei gibt+s immer wieder archetypische Situationen. Frau verfolgt Mann. Mann verfolgt Frau. Mann und Frau begegnen sich, mustern sich, gehen aneinander vorbei. Jemand wird geschlagen, jemand wird bestohlen. Oft ist ein kleines Missgeschick im Spiel. Eine junge Dame verliert Utensilien aus ihrem Koffer, hebt sie auf, verliert sie erneut, hebt sie auf, stuerzt hin, schimpft, lacht. Ein Kanalarbeiter steigt aus einem Gully, prueft mit Hilfe des Stadtplanes, wo er da eigentlich aufgetaucht ist. AEhnliche Mini-Sketche noch und noch.

Auch tiefere Bedeutung: Ein Liebespaar mit vollem Einkaufswagen. Sie schwanger. Er sehr zaertlich. Langer Kuss. (Beider Baby wird spaeter den Stammelnden zu seinem „Ja= stimulieren.) Sonst keine Liebe. Aber eine turbulente Hochzeit. Auch mal schnell eine wilde Kopulation. Feindseligkeiten. Zwei Bewaffnete schleifen einen Menschen quer. Aus einem Haus stuerzen Soldaten mit Maschinenpistolen, sichern nach allen Seiten. Ein ueberfallener Einheimischer quaelt sich blutend ueber die Gartenmauer.

Und noch tiefere Bedeutung: Ein Plueschlaeufer wird ausgerollt. Sagen wir mal bis hin ins Ausserirdische. Am Rande bilden Individuen erwartungsvoll Spalier. Dumpfe, ferne Schlaege ertoenen. Alle schrecken auf. Irgendein Weltverhaengnis bricht herein. Wirbel. Jammer. Schreie. Glocken. Ehrfurcht. Verheissungsvolles Winken zweier Fabelgestalten. Sprachlosigkeit. Der Verkuender (Kurt Radeke) stammelt. Jetzt die Mutter mit dem Neugeborenen. Jetzt das schon zitierte „Ja=. Freude. Doch erneut Wirren.

Denn die eigentliche Botschaft: Es bleibt alles beim alten! Schwarzer Schnee faellt. Sturm und Grollen loesen eine Panik aus. Schliesslich erhellt sich die Szene. Und die Leut wandeln wie eh und je... Peter Handke, vor allem durch seine Sprechstuecke= bekannt als ein Literat, der mit Worten jongliert und dabei jeden einzelnen Begriff mehrmals wendet, hat mit diesem seinem letzten Werk eine beredte Geschichte ohne Worte vorgelegt. Er ist also nicht sprachlos. Freilich weiss er nur zu sagen, was eh bekannt ist. Und er benutzt das Theater gewissermassen als auslaufendes Modell.

Luc Bondy zeichnete jede einzelne Gestalt liebevoll und mit ueberlegenem Humor. Der Abend ist eine virtuose, eine minutioese Leistung des Ensembles, der ganzen Truppe, einschliesslich der Schoepfer der Kostueme und der Masken.
Neues Deutschland, 7. Januar 1994


Nichtiger Herr Wichtig

Aus unserer Rubrik: Der Schwarze Kanal

In seinem neuem Stueck Untertagblues verhoehnt Peter Handke einen Jugendfreund: Du mit deinen neuen Karrieren: Vom Dritten Sekretaer zum ersten Kommissaer (...) Zurueck mit dir ins Sekretaerzimmer. Von einem nichtigen Wicht zu einem wichtigen Wicht sei er geworden. Dass aus dem Herrn Nichtig ein Herr Wichtig werden konnte, erklaert Handke aus dem Jugoslawien-Krieg. Dort entdeckte eine Dienerseele ihre Herrenbestimmung. Dort wuchs der ehemals brave Sekretaer eines Kanzlers zum Hohen Repraesentanten der westlichen Zivilisation.

Es bedarf keiner Entschluesselungskuenste, um zu erkennen, wen der Dichter vorfuehrt. Wolfgang Petritsch, Handkes Freund aus Kaerntner Jugendtagen, war Sekretaer des sozialdemokratischen Bundeskanzlers Bruno Kreisky, in der Zeit der Erosion Jugoslawiens Botschafter in Belgrad, danach Sonderbeauftragter der EU fuer das Kosovo und schliesslich Hoher Repraesentant der EU-Kolonialverwaltung ueber Bosnien-Herzegowina. Einem Slowenen aus Kaernten war die Zaehmung wilder Balkanstaemme aufgetragen.

Handkes Farce folgte eine Darstellung der Balkan-Tragoedie aus der Sicht des ersten Kommissaers. Sein wehmuetiges Resuemee: Handke habe die ihm gebotene Moeglichkeit, den Krieg der NATO gegen Jugoslawien zu verhindern, nicht wahrgenommen. Im Wiener Magazin Format erinnerte sich Petritsch zum 60. Geburtstag des Dichters (Glueckwuensche in den Elfenbeinturm), wie ihm Handke in Rambouillet buchstaeblich ueber den Weg gelaufen sei. Und wie er versucht habe, seinem engeren Landsmann zur UEbernahme einer wichtigen Friedensmission zu ueberreden: Da ich um seinen legendaeren Ruf bei Milosevic wusste, bat ich ihn, mit mir nach Belgrad zu kommen und dem jugoslawischen Praesidenten aus seinem Panzer zu helfen. Er laechelte scheu, der Rotwein schien mich mutig, ihn milde gestimmt zu haben â€", lehnte aber schliesslich ab.

Obwohl Petritsch gespuert haben will, dass Handke geneigt gewesen sei, die ausverhandelte Loesung als fairen Kompromiss zwischen Serben und Albanern akzeptieren zu koennen. Der Sonderbeauftragte muss damals schon sehr benebelt gewesen sein. Denn bei nuechterner Betrachtung kann Peter Handke das Diktat von Rambouillet, das Voelkerrechtler mit dem 1914 an Serbien gerichteten Ultimatum der Doppelmonarchie vergleichen und das in seinem militaerischen Teil eine Besetzung Jugoslawiens durch NATO-Truppen vorsah, zu keinem Zeitpunkt als fair betrachtet haben.

Wolfgang Petritsch ist keineswegs die Unschuld vom Kaerntner Unterland, als die er sich in der Dichter-Villa bei Paris praesentierte. Er war einer der aktivsten und fuehrenden Akteure bei der diplomatischen Umzingelung Jugoslawiens. In seinem Buch Kosovo-Kosova notiert er in Form der dritten Person, dass es Petritsch war, der nach einer laengeren Phase der Recherche die Gruppe um Hashim Thaci als die geeigneten zukuenftigen Ansprechpartner identifiziert habe. Die Konferenz von Rambouillet konnte beginnen. Petritsch damals: Aber eines garantiere ich: Vor Ende April wird der Kosovo-Konflikt entweder formal geloest sein oder die NATO bombardiert.

Doch die UCK-Verhandler fuehrten sich im ehrwuerdigen Schloss wie eine Horde von Quasi-Autisten auf, so der deutsche Botschafter Christian Pauls im Spiegel. Sie bestanden auf ihren Maximalforderungen, weigerten sich, ihre Unterschrift unter das an Jugoslawien gerichtete Ultimatum zu setzen und entzogen damit dem NATO-Diktat den letzten Rest an Legitimation. Petritsch brachte zuwege, woran Albright und Fischer verzweifelten: der UCK ihre eigenen Interessen deutlich zu machen. In seinem Buch haelt der Kaerntner fest: Nach einem naechtlichen Vier-Augen-Gespraech zwischen Petritsch und Thaci wurde dieser von der Notwendigkeit ueberzeugt, das Abkommen im Prinzip anzunehmen. Die albanische Unterschrift war die Ermaechtigung zum Krieg.

Zurueck mit dir ins Sekretaerzimmer, fordert Peter Handke. Ein Zimmer im Hochsicherheitstrakt von Den Haag  angeklagt der Verschwoerung gegen den Weltfrieden  waere der angemessenere Raum fuer den nichtigen Herrn Wichtig.